sexta-feira, 19 de outubro de 2007

E passou um ano

Com um ano de existência, os técnicos do GOEC, constatam que as situações de endividamento excessivo têm como origem, na sua maioria, uma acumulação de créditos. Causada por um imprevisto (desemprego, divórcio, doença, falecimento), por uma subida das taxas de juro, por um contratempo financeiro (revisão do carro, avaria de um electrodoméstico,...) ou por consumismo compulsivo, o endividamento dos consumidores, é sem dúvida, uma doença social que precisa ser combatida.

Neste primeiro ano o GOEC recebeu cerca de 830 chamadas/contactos que originaram em 322 processos.

As famílias têm muitas dificuldades em gerir os seus orçamentos familiares. Os padrões de consumo, hoje, estão em níveis muito superiores aos de há meia dúzia de anos atrás.

A acrescer às contas da água, luz e gás, renda da casa (prestação) e, eventualmente, condomínio, há também, para uma família média, a Internet, a Tv por Cabo, e os telemóveis (pelo menos um por cada membro do agregado familiar). Os encargos mensais, em muitos casos são superiores aos salários. Para colmatar este défice fazem-se empréstimos que depois não se conseguem pagar.

É urgente investir na educação dos consumidores de modo a que entendam os conceitos básicos de finanças ao serviço da gestão do orçamento familiar e, sobretudo, as vantagens da elaboração de um.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Multas de 40 mil euros...

...por falta de informação.

As recentes subidas das taxas de juro e os avisos constantes para o crescente endividamento das famílias têm levado a banca e demais instituições de concessão de crédito a publicitar de forma cada vez mais agressiva os seus produtos. Por vezes, a estratégia comercial passa pela ocultação da real taxa de juro a pagar por um dado empréstimo e, por causa disso, só este ano foram abertos 28 processos, que poderão implicar o pagamento de coimas no valor máximo de 40 mil euros. (in JN, 11 e Setembro de 2007)


Os consumidores devem ter noção que algumas promoções (cheques para compra de móveis, spread zero no primeiro mês, período de carência, etc.) podem não ser a melhor opção. Para que o consumidor tenha “direito” às promoções os Bancos impõem algumas condições. Essas condições podem passar por aquisição de produtos da instituição bancária, spreads altos, etc. É necessário fazer contas e perceber o que é mais vantajoso.

Há efectivamente necessidade premente de um período de carência? Há necessidade de um cheque para comprar mobílias (ou o que quer que seja)? Então o que acontece se as taxas de juro continuarem a subir? O consumidor terá capacidade de cumprir com as suas obrigações?

São estas as perguntas que os Bancos fazem e aplicam taxa de risco (spread) em conformidade.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Empréstimos - Análises rápidas mesmo com alguns problemas bancários ou sem rendimentos declarados para o IRS

Este tipo de anúncio invade as páginas dos jornais portugueses em particular dos jornais de grande tiragem e de distribuição gratuita. São anúncios que advogam soluções rápidas em casos sem solução, apresentando-se como fazedores de milagres na área financeira. Por vezes apenas fornecem como forma de contacto um apartado e números de telemóvel.

É preciso cuidado. Como em tudo na vida, na área financeira não há milagres, e estas propostas em regra implicam o pagamento de juros muito acima do razoável, talvez mesmo usurários e as soluções apresentadas poderão agravar os problemas financeiros do seu agregado ao invés de contribuírem para o equilíbrio.

Informe-se devidamente junto de instituições credíveis, como o GOEC, que proporcionam apoio técnico adequado e gratuito. Não se entregue a fazedores de milagres, seja prudente e pense a longo prazo. Lembre-se que o principal responsável pelo seu bem-estar financeiro é você mesmo. Por isso decida com prudência e não se envolva com quem lhe promete o que é impossível.

Em Junho as prestações pagas aos bancos aumentaram em média 10€

Como já é do conhecimento geral, a continuada subida das taxas de juro, contribuiu para que em Junho as prestações pagas aos bancos pelo crédito à habitação tivessem aumentado em média de 10€. O principal a reter desta notícia é que o peso dos encargos com o crédito têm vindo a aumentar e vai continuar a crescer nos próximos tempos. Ganha assim relevo a necessidade de cada agregado familiar tomar as devidas precauções para evitar que esta situação venha a provocar uma rotura financeira e dê origem a situações de incumprimento.

De entre as várias medidas a adoptar destacamos as seguintes:

  1. A negociação do spread e do prazo do empréstimo com as instituições financeiras;
  2. A reavaliação do orçamento familiar tendo em conta as novas prestações e a sua evolução futura;
  3. Contenção no recurso a novos créditos;
  4. Eventual contenção em despesas não essenciais;
  5. Manter, sempre que possível, hábitos de poupança, independentemente dos valores em causa.


sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Euribor ultrapassa os 4,7%

Até Julho o nosso gabinete recebeu 680 pedidos de informações e apoio relacionados com a gestão orçamental e em particular com o crédito, o que é um claro indicador das dificuldades com que algumas famílias estão a suportar o aumento das taxas de juro. No futuro antecipa-se a subida persistente das taxas de juro, pelo que é de esperar que continuem a aumentar as dificuldades para as famílias detentoras de créditos, tanto mais que a maioria das famílias que nos consulta possui dois ou mais créditos, sendo muito frequente o recursos a créditos rápidos e com elevadas taxas de juro que são responsáveis por muitas das situações de sobreendividamento com que nos confrontamos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Estudantes do ensino superior com crédito facilitado

É com satisfação que recebemos a notícia sobre a possibilidade de, ainda este ano lectivo, os estudantes do ensino superior público e privado, dos vários graus de ensino, virem a poder beneficiar de um crédito com taxas de juro mais baixas para financiar os seus estudos em que o Estado assume o papel de fiador junto da Banca. Para assegurar o papel de fiador o Estado deverá criar um fundo de garantia mútuo no valor de 1,5 milhões de euros. Esta medida deverá permitir aos jovens o acesso a uma linha de crédito a custo moderado que possibilite o financiamento da sua formação.

Do ponto de vista do GOEC a esta medida poderia também estar associada uma outra intervenção que permitisse uma consciencialização dos jovens beneficiários para as questões financeiras, de modo a que os mesmos possam no futuro gerir os recursos do seu orçamento pessoal e a sua relação com o crédito de forma equilibrada e proveitosa.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Possível abrandamento da subida dos juros de referência

A crise no crédito hipotecário de alto risco americano que tem afectado negativamente as bolsas, deve obrigar o Banco Central Europeu (BCE) a recuar na subida da taxa directora dos juros mantendo a taxa nos actuais 4% em Setembro.

Se assim for, esta será uma boa notícia para os portugueses mais endividados. No entanto, a Euribor a 6 meses, a taxa que serve de referência para a maioria dos contratos de crédito à habitação em Portugal, registou ontem, pela oitava sessão consecutiva, uma subida para os 4,565%. Ainda assim, só no final deste mês é que se poderá saber ao certo qual a evolução real das taxas Euribor e o seu impacto nas prestações mensais dos empréstimos.

Para dar resposta à pressão das bolsas, o BCE tem vindo a injectar dinheiro no sistema financeiro para ajudar os bancos a fazer face às suas obrigações. Ao optarem por esta medida, os vários bancos centrais estão actuar no sentido contrariar a crise que se vive e evitar que esta tenha repercussões nas principais economias do Mundo.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Endividamento dos (particulares) portugueses

Os dois principais factores de endividamento dos particulares em Portugal são o crédito à habitação e o crédito ao consumo. Com a taxa Euribor a subir continuamente e representando, à partida, o crédito à habitação um esforço superior a 50%* no orçamento familiar, é fácil perceber o efeito que pequenas oscilações na taxa de juro provoca nas finanças familiares. Mais do que saber gerir um orçamento familiar há, agora, que aprender a gerir o endividamento. Muitos dos créditos ao consumo, contraídos pelas famílias que ao GOEC se dirigem, são motivados pela falta de liquidez resultante do aumento das prestações do empréstimo à habitação e da diminuição do poder de compra observado nos últimos anos. O casamento nada perfeito entre os vários créditos origina um descontrolo orçamental familiar de consequências sociais cada vez mais graves.


*dados do GOEC

sábado, 4 de agosto de 2007

Crise no mercado de crédito nos EUA provoca turbulência nos mercados globais

Nos EUA, e porque as taxas de juros estão em alta, as instituições especializadas em conceder empréstimos a famílias cuja situação financeira é difícil (credito subprime), viram o rácio de crédito malparado subir de forma acentuada, tendo algumas declarado a insolvência. A crise neste sector parece estar a afectar o mercado bolsista nos EUA e a trazer a alguma instabilidade ao sector financeiro mundial, veja-se o caso do banco alemão IKB, que confirmou ter sofrido avultadas perdas devido à sua exposição ao negócio das instituições americanas que se dedicam à atribuição de crédito mais arriscado (in Público de 4 de Agosto de 2007).
Em Portugal, e apesar das devidas diferenças, existe evidência, até pela experiência do GOEC, de que algumas instituições de crédito concedem crédito a famílias que não vão ter possibilidade de o pagar. Esta situação é particularmente grave para as famílias, mas como se pode constatar pelas notícias que nos chegam do outro lado do Atlântico também devem preocupar as instituições de crédito a actuar em Portugal e em particular o Banco de Portugal enquanto entidade de supervisão.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Uma Boa Noticia: Certificados de Aforro com Rendibilidade mais elevada

Ontem referimo-nos ao aumento das prestações dos empréstimos, nomeadamente do crédito à habitação, em resultado da subida das taxas indexantes (Euribor).

Hoje, uma boa noticia, em particular para quem quer e pode poupar e tem alguma aversão ao risco. Os certificado de aforro, beneficiando indirectamente dos sucessivos máximos atingidos pela taxa Euribor, beneficiaram de um novo aumento da taxa de rendimento, dado que o Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP) fixou ontem a taxa de juro bruta para novas subscrições de certificados de aforro em Agosto nos 3,37360%.

Tendo em conta que a taxa de inflação portuguesa alcançou os 2.4% em Junho, verifica-se que a rendibilidade real dos certificados está ao nível mais alto desde o início da década, se a evolução dos preços se mantiver.

terça-feira, 31 de julho de 2007

Euribor atingiu dia 30 de Julho o valor mais elevado desde 2001

A taxa Euribor, o principal indexante utilizado para cálculo das taxas de juro dos empréstimos à habitação, atingiu ontem o valor mais elevado desde 2001. Como era previsível o andamento crescente da taxa Euribor contínua a verificar-se sendo de esperar a subida gradual do valor das prestações mensais para os devedores cujos empréstimos estejam indexados à referida taxa de referência.

Uma forma de atenuar este impacto consiste em negociar com a instituição credora novas condições. Na negociação deverá ter em consideração os seguintes aspectos:

  1. Negociar a redução do spread.
  2. Aumentar o prazo do empréstimo.
  3. Amortizar parte do capital em dívida.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Bem-vindos.

O Gabinete de Orientação ao endividamento dos Consumidores (GOEC), inaugurado em Outubro de 2006, é resultado de um protocolo celebrado entre o então Instituto do Consumidor (actual Direcção-Geral do Consumidor) e o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), da Universidade Técnica de Lisboa, e tem como principal objectivo Informar em Matéria de Crédito e Gestão do Orçamento Familiar.

O gabinete não está mandatado para intervir em processos que envolvam mediação de bens e serviços mas desenvolve, especificadamente, a solução mais adequada a cada consumidor praticando uma orientação focalizada na satisfação das necessidades da família (pessoa) em causa.

Hoje o GOEC abre mais uma porta, a da blogosfera. É mais uma forma de chegarmos aos consumidores. Desta forma aos cibernautas.

Sempre que se justificar, a equipa do GOEC apresentará, aqui, informação relevante ao funcionamento do gabinete. As questões do consumo e do endividamento terão, também, aqui um espaço aberto à discussão.

Bem-vindos.